
Alunos do Mais Educação presentes nas atividades cívicas
Um pouco da história
A aristocracia rural brasileira encaminhou a independência do Brasil com o
cuidado de não afetar seus privilégios, representados pelo latifúndio e
escravismo. Dessa forma, a independência foi imposta verticalmente, com
a preocupação em manter a unidade nacional e conciliar as divergências
existentes dentro da própria elite rural, afastando os setores mais
baixos da sociedade representados por escravos e trabalhadores pobres em
geral.

Com
a volta de D. João VI para Portugal e as exigências para que também o
príncipe regente voltasse, a aristocracia rural passa a viver sob um
difícil dilema: conter a recolonização e ao mesmo tempo evitar que a
ruptura com Portugal assumisse o caráter revolucionário-republicano que
marcava a independência da América Espanhola, o que evidentemente
ameaçaria seus privilégios.
A maçonaria (reaberta no Rio de Janeiro com a loja maçônica Comércio e
Artes) e a imprensa uniram suas forças contra a postura recolonizadora
das Cortes.
D. Pedro é sondado para ficar no Brasil, pois sua partida poderia
representar o esfacelamento do país. Era preciso ganhar o apoio de D.
Pedro, em torno do qual se concretizariam os interesses da aristocracia
rural brasileira. Um abaixo assinado de oito mil assinaturas foi levado
por José Clemente Pereira (presidente do Senado) a D. Pedro em 9 de
janeiro de 1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo às
pressões, D. Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e felicidade
geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico".

É
claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e bem mais pela
aristocracia, que o apoiaria como imperador em troca da futura
independência não alterar a realidade sócio-econômica colonial. Contudo,
o Dia do fico era mais um passo para o rompimento definitivo com
Portugal. Graças a homens como José Bonifácio de Andrada e Silva
(patriarca da independência), Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e
outros, o movimento de independência adquiriu um ritmo surpreendente com
o cumpra-se, onde as leis portuguesas seriam obedecidas somente com o
aval de D. Pedro, que acabou aceitando o título de Defensor Perpétuo do
Brasil (13 de maio de 1822), oferecido pela maçonaria e pelo Senado. Em 3
de junho foi convocada uma Assembléia Geral Constituinte e Legislativa e
em primeiro de agosto considerou-se inimigas as tropas portuguesas que
tentassem desembarcar no Brasil.
São Paulo vivia um clima de instabilidade para os irmãos Andradas, pois
Martim Francisco (vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo) foi
forçado a demitir-se, sendo expulso da província. Em Portugal, a reação
tornava-se radical, com ameaça de envio de tropas, caso o príncipe não
retornasse imediatamente.
José Bonifácio, transmitiu a decisão portuguesa ao príncipe, juntamente
com carta sua e de D. Maria Leopoldina, que ficara no Rio de Janeiro
como regente. No dia sete de setembro de 1822 D. Pedro que se encontrava
às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, após a leitura das cartas
que chegaram em suas mãos, bradou: "É tempo... Independência ou morte...
Estamos separados de Portugal".Chegando no Rio de Janeiro (14 de
setembro de 1822), D. Pedro foi aclamado Imperador Constitucional do
Brasil. Era o início do Império, embora a coroação apenas se realizasse
em primeiro de dezembro de 1822.
A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa
história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho escravo,
monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos
privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de
setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já
começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos.
Fonte: História Net (
www.historianet.com.br).
Saiba mais:
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=3
http://www.canalkids.com.br/cultura/historia/independencia.htm